O tema da redação do ENEM é sempre um enigma.
Por isso, é importante ficar por dentro das noticias atuais
e praticar muito sua escrita.
Para te ajudar, a partir dessa semana iremos sugerir temas
para sua redação.
Envie para correção e tire nota mil no ENEM!!
Vamos lá?
O HPV (papilomavírus
humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de cem tipos
diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral
(lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões
genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos,
especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, e de baixo risco (não
relacionadas ao aparecimento de câncer).
Em março deste ano, o governo iniciou uma campanha de
vacinação para meninas de 11 a 13 anos nos postos de saúde.
Após refletir sobre as informações acima, redija um texto
dissertativo-argumentativo , em variante padrão, a respeito desta temática: A
prevenção do HPV através da vacinação.
Texto 1
Publicado: 10 Março 2014
Meta é vacinar 80% do
público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas de 11 a 13 anos. O vírus HPV é
a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente
entre as mulheres
Nesta segunda-feira (10), postos de saúde e escolas públicas e
privadas iniciam a vacinação contra HPV em meninas de 11 a 13 anos. A meta do Ministério da Saúde é
vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa
faixa-etária. O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo de útero,
terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de
cólon e reto. A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Saúde,
Arthur Chioro, darão início à vacinação em cerimônia, nesta segunda-feira (10),
no Centro de Ensino Unificado Professora Elisabeth Gaspar Tunala, em São Paulo
(SP).
Para garantir maior cobertura vacinal, o Ministério da Saúde
recomenda que a primeira dose (de um total de três) seja aplicada nas escolas
públicas e privadas que aderiram à estratégia. A vacina – que passa a integrar
o calendário nacional - também estará disponível nas 36 mil salas de vacinação
da rede pública de saúde durante todo o ano. A segunda será aplicada com
intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira
dose.
As secretarias municipais de Saúde foram orientadas a programar
a vacinação nas escolas a partir desta segunda-feira (10). As instituições de
ensino devem informar, com antecedência, aos pais ou responsáveis a data de
vacinação. Tanto no ambiente escolar como nos postos de saúde, a vacina será
aplicada por profissionais de saúde.
Os pais ou responsáveis que não quiserem que a adolescente seja
vacinada deverão preencher e enviar à escola o termo de recusa distribuído pela
instituição de ensino antes da vacinação. No caso das unidades de saúde, é
importante que a adolescente apresente a caderneta de vacinação. Para assegurar
a aplicação das três doses, o serviço de saúde vai registrar cada adolescente
imunizada, monitorar a cobertura vacinal e realizar, se necessário, a busca
ativa das meninas.
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/programasecampanhas/33721-postos-de-saude-e-escolas-iniciam-vacinacao-contra-hpv
( fragmento de texto)
Acessado em 09/06/2014
Texto 2
Médico autor de artigo que circula na web faz críticas à
vacinação do HPV
Médico da família e comunidade em um posto de saúde em Porto
Alegre, Eno Dias de Castro Filho, disponibilizou no site do TelessaúdeRS
(programa que utiliza a qualificação dos profissionais de Estratégia da Saúde
da Família por meio da oferta de teleconsultoria), no qual atua, "uma avaliação crítica
sobre a vacina do HPV, introduzida pelo Ministério da Saúde" que se tornou
viral. Ele foi amplamente divulgado por pais contrários à vacina e indicam que nem todos os médicos são
favoráveis à imunização, apesar de várias autoridades de saúde, laboratório e
governo garantirem sua eficácia e segurança.
No texto, o médico, que
é doutor em epidemiologia pela UFGRS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), responde a questões enviadas por uma colega sobre a imunização.
"Para respondê-la, segui uma metodologia científica rigorosa, baseada nas
evidências mais sólidas", conta ele, que cita todas suas fontes no
documento.
Ele afirma que qualquer
novo medicamento, tratamento médico ou vacina tem de demonstrar que funciona,
causando mais benefícios que malefícios. "Esta vacina não demonstrou
nenhum deles. Não sabemos se funciona efetivamente e se não vai causar efeitos
colaterais graves", diz.
O médico explica que do
surgimento das lesões até o aparecimento de um câncer cervical leva-se em média
30 anos. "Muitos estudos duraram poucos anos e detectaram efeitos da
vacina sobre lesões precoces e não contra a doença em si". Segundo
ele, de 545 mulheres vacinadas, apenas uma será protegida contra as lesões mais
graves que poderiam gerar câncer.
Outro
ponto levantado por Castro Filho é que a vacina protege contra quatro tipos de
vírus HPV, dois deles associados ao câncer: "Não se sabe, porém, se ao se
proteger contra dois tipos, dois outros não tomarão o lugar daqueles. É o que
chamamos de 'efeito do nicho ecológico vazio' - você tira uma espécie e
outras podem ocupar aquele espaço. Fora que muitas lesões precursoras voltam ao
normal, sozinhas, sem sequer tratamento, com o passar do tempo".
Efeitos graves
De acordo com Castro Filho, a vacina teve mais efeitos colaterais graves que a de meningite e gripe, por exemplo. "Não dá para condená-la nem defendê-la, porém, há tribunais pelo mundo que estão julgando a farmacêutica que a criou", avisa o médico, referindo-se a casos como o de uma jovem francesa que entrou na Justiça contra a fabricante da vacina por ter ficado sem poder andar e enxergar direito após receber uma dose.
Efeitos graves
De acordo com Castro Filho, a vacina teve mais efeitos colaterais graves que a de meningite e gripe, por exemplo. "Não dá para condená-la nem defendê-la, porém, há tribunais pelo mundo que estão julgando a farmacêutica que a criou", avisa o médico, referindo-se a casos como o de uma jovem francesa que entrou na Justiça contra a fabricante da vacina por ter ficado sem poder andar e enxergar direito após receber uma dose.
O
médico também menciona um estudo com adolescentes que tomaram a vacina
quadrivalente na Dinamarca e na Suécia e que, logo depois, tiveram doenças
graves e autoimunes como síndrome de Behcet, doença de Raynaud e diabetes tipo
1. O trabalho foi publicado no British Medical Journal (BMJ). Outros
efeitos colaterais apontados num levantamento feito nos Estados Unidos foram
uveíte, falência ovariana induzida pelos adjuvantes vacinais e síndrome da
taquicardia postural. De 12.424 relatos, 772 deles foram considerados severos,
incluindo 32 mortes.
·
HPV e gripe
À despeito dos relatos de efeitos adversos, Castro Filho defende que a vacinação ainda não se confirmou eficaz a ponto de justificar um investimento alto do governo. "Este tipo de atitude não está restrito ao Brasil nem ao HPV. Revisões sistemáticas já comprovaram que vacinas contra a gripe não funcionam, por exemplo. Na Polônia não houve vacinação e o número de casos não se alterou por causa disso. No nosso caso há um medo político, afinal, se outros países fizeram as vacinações, se não fizerem aqui, podem perder votos".
À despeito dos relatos de efeitos adversos, Castro Filho defende que a vacinação ainda não se confirmou eficaz a ponto de justificar um investimento alto do governo. "Este tipo de atitude não está restrito ao Brasil nem ao HPV. Revisões sistemáticas já comprovaram que vacinas contra a gripe não funcionam, por exemplo. Na Polônia não houve vacinação e o número de casos não se alterou por causa disso. No nosso caso há um medo político, afinal, se outros países fizeram as vacinações, se não fizerem aqui, podem perder votos".
O médico Daniel Knupp, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, em Minas Gerais, também considera que os relatos de efeitos colaterais disponíveis não são suficientes para condenar a vacina do HPV. "De acordo com o sistema internacional de informação sobre efeitos adversos de vacinas (Vaers, na sigla em inglês), são 80 casos de doenças graves para cada 100 mil doses aplicadas, pouco mais que a vacina contra a gripe, que apresenta 20 casos para 100 mil", informa.
Para Knupp, o que está em
jogo é uma possível "supermedicalização desnecessária" de
adolescentes, pois ainda é impossível saber se a vacina realmente reduz os
casos de câncer de colo de útero - isso só será confirmado, ou não, em algumas
décadas.
Ele faz questão de
ressaltar que não se trata de criar polêmica ou demonizar as campanhas -
algumas delas mudaram a história da humanidade. "Mas hoje temos algumas
vacinas que não são tão eficazes e, mesmo que os efeitos adversos sejam pouco
comuns, as pessoas passam a questionar a vantagem de se vacinar", comenta,
referindo-se ao HPV e à gripe, que, na maioria das vezes, são combatidos
naturalmente pelo organismo. "A nossa posição, portanto, é que não é
possível definir uma recomendação", conclui.
Acessado em 09/06/2014
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