quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Tema da semana: Uso das redes sociais x relacionamentos

No Brasil, as redes sociais online têm um alcance maior que em outros paises. Isso tem afetado os relacionamentos de várias formas. Utilizando seus conhecimentos, escreva um texto dissertativo- argumentativo sobre o tema: Qual o limite do uso das redes sociais. 

Envie seu texto para correção: redacaonotamil@gmail.com

Texto I


Como a Internet está mudando a amizade

Nunca foi tão fácil manter contato e conhecer gente nova pela internet. Graças às redes sociais, nunca tivemos tantos amigos. Mas isso está transformando a própria definição de amizade.

Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na internet? Checa seu e-mail, dá uma olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Orkut ou no Facebook? Há diversos estudos comprovando que interagir com outras pessoas, principalmente com amigos, é o que mais fazemos na internet. Só o Facebook já tem mais de 500 milhões de usuários, que juntos passam 700 bilhões de minutos por mês conectados ao site - que chegou a superar o Google em número de acessos diários. A internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade. E está transformando nossas relações: tornou muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova. Mas será que as amizades online não fazem com que as pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos offline, "de verdade"? Essa tese, geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em 1995 pelo sociólogo americano Robert Putnam. E provavelmente está errada. Uma pesquisa feita pela Universidade de Toronto constatou que a internet faz você ter mais amigos - dentro e fora da rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de rede social, o número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy users, que passam mais tempo na internet, foram os que ganharam mais amigos no mundo real - 38% mais. Já quem não usava a internet ampliou suas amizades em apenas 4,6%. 

Então as pessoas começam a se adicionar no Facebook e no final todo mundo vira amigo? Não é bem assim. A internet raramente cria amizades do zero - na maior parte dos casos, ela funciona como potencializadora de relações que já haviam se insinuado na vida real. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o 20 maior uso do Facebook, depois de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas de gente que acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil, adiciona aquela pessoa, e está formado um vínculo. As redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social que você, mas não são suas amigas) em elos fracos - uma forma superficial de amizade. Pois é. Por mais que existam exceções a qualquer regra, todos os estudos apontam que amizades geradas com a ajuda da internet são mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e crescem fora dela. 

Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos não. Eles transitam por grupos diferentes do seu, e por isso podem lhe apresentar coisas e pessoas novas e ampliar seus horizontes - gerando uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades antigas. Os sites sociais como Orkut e Facebook tornam mais fácil fazer, manter e gerenciar amigos. Mas também influem no desenvolvimento das relações - pois as possibilidades de interagir com outras pessoas são limitadas pelas ferramentas que os sites oferecem. "Você entra nas redes sociais e faz o que elas querem que você faça: escrever uma mensagem, mandar um link, cutucar", diz o físico e especialista em redes Augusto de Franco, que já escreveu mais de 20 livros sobre o tema. O problema, por assim dizer, é que a maioria das redes na internet é simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade dela, que tem de aceitar. Como é meio grosseiro dizer "não" a alguém que você conhece, mesmo que só de vista, todo mundo acabava adicionando todo mundo. E isso vai levando à banalização do conceito de amizade. "As pessoas a quem você está conectado não são necessariamente suas amigas de verdade", diz o sociólogo Nicholas Christakis, da Universidade Harvard. É verdade. Mas, com a chegada de sites como o Twitter, a coisa ficou diferente. 

Amizade assimétrica


No Twitter, eu posso te seguir sem que você tenha de autorizar isso, ou me seguir de volta. É uma rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de "seguidores" e "seguidos" de alguém possam se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar, com um time de pesquisadores, a sua própria rede no Twitter, Christakis percebeu que seu grupo de amigos tinha começado a se comunicar entre si independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas entre si. "As redes sociais estão ficando maiores e mais diversificadas", diz o sociólogo e pesquisador de redes Barry Wellman, da Universidade de Toronto. 

É o seguinte. Eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu nome no site, e poderá falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você. Os seus seguidores podem ter curiosidade sobre mim e entrar na conversa que estamos tendo. Em suma: nós continuaremos não nos conhecendo, mas as pessoas que estão à nossa volta estabelecem vários níveis de interação - e podem até mesmo virar amigas entre si. 

Mas boa parte dos cientistas ainda acha que, mesmo estando em contato com qualquer pessoa mais facilmente e a todo o momento, a distância conti-nuará prejudicando as amizades. "A internet faz com que você consiga desacelerar o processo, mas não salva as relações", acredita o antropólogo Robin Dunbar. "No fim das contas, ainda precisamos estar próximos das pessoas de vez em quando." É verdade. A maioria dos especialistas em relacionamento humano acredita que a proximidade física é essencial para sentirmos os efeitos benéficos das amizades profundas. Só que o cérebro pode estar começando a mudar de opinião. 

Um estudo que está sendo realizado na Universidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organismo. Mais precisamente, o que acontece com os níveis de ocitocina quando usamos o Twitter, por exemplo. É há um efeito. Os primeiros resultados mostraram que tuitar estimula a liberação desse hormônio, e consequentemente diminui os níveis de hormônios como cortisol e ACTH, associados ao estresse. 

Isso significa que o cérebro pode ter desenvolvido uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. "O cérebro entende a conexão eletrônica como se fosse um contato presencial", diz Paul Zak. Isso seria uma adaptação evolutiva ao uso da internet. "O sistema de ocitocina está sempre se ajustando ao ambiente em você está", diz. "Pode ser que, de tanto interagir em redes sociais, as pessoas estejam se tornando mais sintonizadas para a amizade. E aí elas acabam fazendo mais amigos, inclusive presencialmente." Ou seja: além de mudar as amizades, a internet também pode acabar modificando o próprio cérebro humano. Mas ainda é cedo para dizer se acabaremos nos tornando seres hiperssociais, com cérebros capazes de acomodar um número maior de amigos. O próprio Paul Zak diz que não é possível desconsiderar a importância do contato físico - um dos mais importantes estimulantes da liberação de ocitocina no organismo. "No máximo, vamos ter mais possibilidades de manter relações íntimas a distância por mais tempo", diz. Outros, como Robin Dunbar, acham que a tecnologia ainda pode nos surpreender, e romper a última barreira da amizade online: "O Skype e outros serviços do tipo não são bons o suficiente, porque não nos permitem tocar um no outro em realidade virtual. Ainda." 

AMIZADE POS-MODERNA
A internet e as redes sociais se baseiam em dois tipos de relação:

Amizade simétrica
É recíproca: se eu quiser ter você como amigo e acessar o seu perfil, você precisa autorizar o pedido e se tornar meu amigo também. 
Pró: Privacidade. Você decide quem terá acesso às suas informações.
Contra: Reduz a possibilidade de conhecer gente nova.
Exemplos: Facebook / Orkut / Flickr / Linkedin / MSN / Last.fm

Amizade assimétrica

Não é recíproca: eu posso adicionar ou seguir você sem precisar pedir permissão (e posso inclusive fazer isso sem que você saiba).
Pró: Torna muito mais fácil a formação de laços e comunidades. 
Contra: Mais difícil de virar amizade íntima, pois a interação é pública.
Exemplos: Twitter / Buzz / Tumblr / Blip.fm

Texto II


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dúvidas comuns sobre a redação do Enem - Revista Língua Portuguesa

Resolvemos incluir em nosso Blog um texto muito pertinente sobre a Redação do ENEM retirado da Revista Língua Portuguesa:

Dúvidas comuns sobre a redação do Enem

Selecionei as dúvidas seguintes com base em perguntas frequentes dos alunos:

Por Chico Viana


Um erro pode determinar a penalização do candidato em mais de uma Competência? 
Sim. Como o texto é uma estrutura, as camadas que o constituem são solidárias, interferem umas nas outras. Um problema no emprego do pronome relativo, por exemplo, tanto constitui uma infração à norma quanto compromete a coesão. Nesse caso, o candidato é penalizado nas Competências 1 e 4. Semelhantemente, o uso inadequado de um vocábulo pode comprometer a coerência, o que representa uma infração às Competências 1 e 3 (o item "precisão vocabular", por sinal, é mencionado nas instruções referentes a essas duas).

A proposta de intervenção deve aparecer somente no parágrafo conclusivo?
Não, embora seja recomendável. Numa das redações divulgadas no "Guia do Participante 2013", a candidata C. L. S. começa a fazer propostas a partir do penúltimo parágrafo (ver a página 34). Ela escreve, por exemplo, que o governo "poderia começar a implantar, nas regiões por onde chegam os imigrantes, mais órgãos e agências que oferecessem serviços de visto e da carteira de trabalho". A seguir propõe que, nos destinos finais dos imigrantes, lhes sejam oferecidos cursos de português e de qualificação para atuar no mercado de trabalho. Na conclusão, faz uma retomada do que foi dito e acrescenta um tempero retórico, referindo-se à hospitalidade e à criatividade do brasileiro.
O risco de antecipar as propostas é conceder pouco espaço à argumentação, o que pode fragilizar a defesa do ponto de vista. A Banca não considerou que isso aconteceu na redação da candidata, tanto que lhe deu nota 1000.

O modo de pensar dos corretores pode influenciar o julgamento do texto? 
Não. A Banca avalia a redação segundo os critérios apresentados nas cinco Competências. O candidato é livre para expressar a sua opinião e deve fazê-lo com a máxima liberdade possível. Afinal, escreve melhor quem é fiel a si mesmo. Geralmente os que redigem pensando em "agradar a Banca" produzem um texto insosso e inconvincente, a que falta convicção. Há limites para dizer o que se pensa, claro, mas eles estão indicados no guia; consistem em respeitar os direitos humanos, não demonstrar preconceito com as minorias e evitar impropérios, brincadeiras ou "outras formas propositais de anulação".

O que é mais importante - o conteúdo ou a forma? 
Os dois têm igual importância. Não há como dissociar um da outra, pois o que se diz se expressa na forma como se diz. Boas ideias se perdem caso não estejam adequadamente formuladas. A boa formulação, é bom lembrar, envolve não apenas a correção gramatical como também a coerente estruturação do pensamento.

Pode-se terminar a introdução com uma pergunta? 
Em princípio nada impede que isso ocorra, mas é preferível o discurso afirmativo. Mesmo porque, na maioria das vezes, a pergunta que aparece nessa parte do texto é uma afirmação disfarçada. Suponha que o aluno termine o parágrafo introdutório, perguntando: "Mas será que as medidas tomadas pelo governo para aumentar a mobilidade urbana satisfazem as necessidades do cidadão?" Tacitamente ele já está afirmando que tais medidas são insuficientes. Por que, então, não ir dizer isso numa frase declarativa? O modo afirmativo, por ser direto, ajusta-se melhor à manifestação do ponto de vista.

É necessário apresentar citações na redação?
Não. Quando aparecem, as citações constituem um bom reforço argumentativo, mas a falta delas não significa que o texto seja argumentativamente inferior. Há outras formas de tornar consistente o ponto de vista. O que não pode faltar é uma boa dose de informação sobre o tema. Sem ter o que dizer, é impossível levar adiante qualquer discussão. Ninguém pode se posicionar sobre o que não conhece.

O que significa usar a modalidade escrita formal da língua? Que tem isso a ver com "escrever difícil"? 
Significa respeitar a norma culta e usar um vocabulário sóbrio, transparente, que nada tem a ver com "escrever difícil". Muitos confundem o respeito ao padrão normativo com o emprego de termos ligados a certas áreas do conhecimento (filosofia, psicologia, sociologia etc), que dão ao texto um ar falsamente intelectual. Foi o caso de um aluno que, numa redação sobre o culto à personalidade, escreveu: "A sociedade atual está imersa em divergências das massas pensantes. O poder cognitivo das influências midiáticas tende a desenvolver nos seres humanos a reflexão mais profunda do eu interior. Buscam então uma personalidade heroica, que irá solucionar todos os problemas do mundo.".

Como extrair ideias claras desse emaranhado pretensioso? Nele há expressões pomposas (massas pensantes), exageros semânticos (imersa em divergências) e uso inadequado de termos técnicos (poder cognitivo, eu interior). Cortando essas impropriedades, chega-se a uma versão aproximada do que o autor quis dizer: "A fim de lidar com as contradições da sociedade, muitos aproveitam a influência da mídia para se espelhar em personalidades 'heroicas', que irão resolver os problemas do mundo."

O segredo, como se vê, está na simplicidade.
Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-ponta/duvidas-comuns-sobre-a-redacao-do-enem-329850-1.asp

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Proposta da semana: Redução da Maioridade Penal

Faltam poucos dias para o ENEM 2014. Estão preparados?

Para ajudar nos estudos, que devem estar em fase final, o Redação Nota Mil prepara mais um tema: Redução da maioridade penal.

O assunto foi tema da redação da PUC Minas e merece atenção especial.

A discussão sobre a redução ou não da maioridade penal é recorrente em diversos setores da sociedade. Há os que defendem, por estarem fartos de tanta violência cometida por adolescentes menores de idade. Há, também, os que acreditam não ser a melhor saída para o problema da violência. Considerando sua opinião e os conhecimentos adquiridos, escreva um texto dissertativo- argumentativo sobre o tema: A redução da maioridade penal deve acontecer?

Envie seu texto para correção: redacaonotamil@gmail.com

Texto I

Entenda os argumentos a favor e contra

Por Rogério Sanches Cunha
Da leitura de inúmeros artigos especializados debatendo a necessidade ou não da redução da maioridade penal, podemos estabelecer os principais argumentos contra e a favor:






Argumentos contra
Argumentos a favor
Os menores de dezoito anos não têm formação biológica suficiente para assumir a responsabilidade pela prática de crimes.

Casos concretos recentes revelaram que menores de idade cometeram atos infracionais dias antes de completar dezoito anos. Não há argumento razoável para estabelecer que, em alguns dias, a capacidade de entendimento de um indivíduo se modifique, naturalmente, do absolutamente inexistente para o absolutamente existente.

A redução não contribuiria para a diminuição da violência. Leis penais que recrudesceram o tratamento dispensado a determinados crimes não foram capazes de inibir o comportamento incriminado.
Não se trata, simplesmente, de analisar a redução da maioridade sob o ponto de vista do efeito para a redução da violência. Trata-se da aplicação de um conceito de Justiça, em que se analisa se determinado indivíduo tem condições de responder pelo seu ato criminoso.
A prisão de menores de idade em companhia de criminosos maiores, num sistema prisional assumidamente falido, contribuiria para aumentar a reincidência.
A redução da maioridade penal não significa a colocação de menores para o cumprimento de pena em companhia de adultos. É perfeitamente possível, assim como acontece na separação entre homens e mulheres e presos definitivos e provisórios, dispor a respeito da separação de acordo com a idade.
A redução da maioridade penal fomentaria a exclusão social sobre jovens que, por origem, já não dispõem de condições de vivência digna e são levados à conduta delituosa.
Não há relação direta entre a delinquência e a exclusão social, tanto que, dos considerados excluídos, ínfima parcela decide se dedicar ao crime. Além disso, a delinquência não é restrita à baixa classe social.

A pressão para a redução da maioridade penal estaria baseada em eventos isolados, pois, proporcionalmente à população adulta, os menores delinquem muito menos.

O fato de não haver delinquência generalizada entre menores não é suficiente para impedir a redução da maioridade penal. Ainda que considerado esse panorama, a verdade é que o tratamento especial dispensado aos menores não tem sido suficiente diante da gravidade de fatos que se tornam recorrentes.
A solução estaria no investimento efetivo e amplo em educação, bem como na aplicação adequada do Estatuto da Criança e do Adolescente, alterando-o, se o caso, para tratar com maior rigidez os crimes violentos.
A legislação especial aplicável aos menores é insuficiente ao prever medidas incompatíveis com a gravidade de determinados crimes.

O art. 228 da Constituição Federal, que estabelece a maioridade a partir dos dezoito anos, é cláusula pétrea.

A modificação do art. 228 da Constituição Federal não é inconstitucional. O art. 60, § 4º, da Constituição Federal estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir os direitos e garantias individuais.
Minha opinião: a inimputabilidade em razão da idade, no Brasil, segue o sistema biológico (arts. 228 da CF/88 e 27 do CP/84), o que não significa dizer que seguimos critérios científicos, mas de política criminal. Isso explica o fato de outros países estabelecerem a responsabilidade penal em faixas etárias diversas. A própria Convenção Americana de Direitos Humanos respeita as políticas de cada Estado na determinação da maioridade penal, falando apenas em “menores”. A discussão, em síntese, não pode ocorrer no campo científico, mas da política criminal.
Penso, contudo, que o Estado, antes de debater a redução da maioridade penal, deve comprovar que agiu de forma eficiente e suficiente, trabalhando todos os instrumentos previstos no ECA. Não pode o Estado, falhando nas suas políticas públicas, buscar resolver o problema, para o qual ele (Estado) concorreu, com a simples e mágica redução da maioridade penal.
Por outro lado, se ficar comprovado que o Estado buscou, de todas as formas, inibir a delinquência juvenil, fica legitimado a discutir essa redução, aplicando para os menores entre 16 e 18 anos o critério biopsicológico, permitindo a punição (penal) do adolescente em determinados crimes (como os hediondos e equiparados), desde que comprovado que, no momento da conduta, tinha ele capacidade de entendimento de autodeterminação.
Fonte: http://www.portalcarreirajuridica.com.br/noticias/reducao-da-maioridade-penal Acessado em 20/10/2014


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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Concurso Polícia Federal

Esse post é especialmente para os concurseiros.

A Policia Federal retificou o edital do concurso público que oferece 600 vagas para pessoas com curso superior concluído.

A retificação já está disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=107&data=03/10/2014



  • Data de inscrição: de 06/10/2014 a 26/10/2014

  • Remuneração: R$ 7.514,33
  • Data da prova: 21/12/2014

Estude Português através das aulas online ao vivo do Redação Nota Mil.


domingo, 12 de outubro de 2014

Tema 2: O papel da Mídia na formação da opinião pública

Você já prestou atenção na ideologia por trás dos programas que assiste?

Qual o grau de imparcialidade da mídia?

Esse é um tema que pode ser abordado pelos vestibulares esse ano, já que vem sendo muito comentado nas redes sociais.

Neste post, o Redação Nota Mil vai propor a escrita de um artigo de opinião sobre o tema, que também pode ser utilizado para a escrita de um texto dissertativo-argumentativo.

Envie seu texto para correção: redacaonotamil@gmail.com

Texto I

A influência dos meios de comunicação na formação da opinião pública

novembro 27, 2010
Os grandes meios de comunicação possuem um intenso poder de influência na sociedade contemporânea. São eles que, por exemplo, definem quais temas devem ser discutidos e quais devem ser excluídos do âmbito da esfera pública. Além disso, a grande mídia impõe suas versões como verdades absolutas, fazendo com que muitos as aceitem sem ao menos questioná-las. Com esse intenso poder, esses grandes meios conseguem facilmente influenciar a opinião pública.
Um recente caso que exemplifica esse fato é o que se refere à criação dos conselhos de comunicação. Com o intuito de regulamentar a comunicação e os artigos 220 e 221 da Constituição nacional, setores do governo Lula e outras entidades propõe a criação dos tais conselhos. Estes, segundo o ministro Franklin Martins, não exerceriam o papel de censores e sim de fiscalizadores, tentando garantir aspectos como o direito de resposta, a proibição dos monopólios dos meios de comunicação, a preferência por programas educativos, entre outros. Entretanto, ao realizarem suas matérias, os grandes veículos como Folha e Estadão não abordaram nenhum desses aspectos, afirmando apenas que os conselhos seriam uma tentativa de censura.
Esse é apenas um exemplo, entre tantos outros, de como os grandes veículos tratam de forma simplista e totalmente parcial determinadas questões. Dessa forma, ao entrarem em contato com esse tipo similar de informação, muitas pessoas formam suas opiniões baseadas nas mesmas versões repetidas incessantemente.
Porém, apesar da prevalência desse fenômeno, não se pode deixar de considerar o importante papel adquirido recentemente pela internet. Esse novo meio de comunicação rompe, ainda que devagar, com esse monopólio da informação tão presente na sociedade. Ao consultarem as páginas da internet, as pessoas podem entrar em contato com as mais diferentes versões, muitas que, inclusive, são censuradas pela chamada grande mídia. Casos como a recente demissão da psicanalista Maria Rita Kehl, por exemplo, só ficaram muito conhecidos devido à divulgação ocorrida na internet.
Conclui-se, portanto, que ainda são os grandes meios de comunicação que mais influenciam a formação da opinião pública.  Entretanto, ao se tornar muito mais popular, a internet pode vir a ser uma forma alternativa e muito mais plural de influência no âmbito da esfera pública.
Fonte: http://grupopolitica2010.wordpress.com/2010/11/27/a-influencia-dos-meios-de-comunicacao-na-formacao-da-opiniao-publica/ ( Acessado em 12/10/2014)
Texto II
Fonte:http://qi-afi.blogspot.com.br/2013/04/a-cegueira-de-uma-nacao-midia.html ( acessado em 12/10/2014)



Proposta da semana: Como reduzir o aumento de casos de AIDS no Brasil?

Mais uma proposta de redação sai do forno.

Envie para correção: redacaonotamil@gmail.com

Como reduzir o aumento de casos de AIDS no Brasil?

texto i: 

BRASIL TEVE AUMENTO DE 11% NOS CASOS DE INFECÇÕES POR HIV ENTRE 2005 E 2013

País está na contramão da tendência de queda de mortes e contaminação pela doença, segundo relatório da Unaids
Unaids acredita que ações promovidas nos próximos cinco anos mudam panorama da doença nos próximos 15 anosAijaz Rahi / AP
Em queda em quase todo o mundo, a taxa de novas infecções pelo vírus da Aids teve aceleração de 11% entre 2005 e 2013 no Brasil, revela o relatório “The Gap Report”, do Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/Aids (Unaids), divulgado ontem. No planeta — onde o total de pessoas infectadas está estável em cerca de 35 milhões —, houve diminuição de 28% no número de novos casos. O resultado é puxado pelo recuo em regiões críticas para a epidemia, como a África Subsaariana, onde a redução nas novas infecções chegou a 33%. Fora do continente africano, alertam membros da agência da ONU, a expansão do HIV ocorre impulsionada pela contaminação de indivíduos de grupos vulneráveis, sobretudo homens que fazem sexo com homens. O fenômeno inclui o Brasil.
O anúncio acontece quatro dias depois da Organização Mundial de Saúde afirmar que há um crescimento alarmante da doença em grupos de risco e recomendar o uso de antirretrovirais para todos os homens que fazem sexo com outros homens.
Para Luiz Loures, diretor-executivo adjunto do Unaids, há uma “nova onda” da doença:
— Nos países onde há avanço da epidemia, o crescimento é sobretudo entre os homens gays. Principalmente os jovens — afirma Loures. — É como se estivéssemos voltando no tempo, à epidemia que vimos nos anos 1980. Há uma contradição, já que esses grupos foram justamente os que começaram a mobilização em torno do combate.
CAI USO DE PRESERVATIVOS
Entre os motivos relacionados a esse crescimento, ele lista a discriminação, que dificulta o acesso a serviços médicos, e a redução no uso de preservativos, estimulada pela falsa ilusão de que a epidemia acabou. Loures também cita uma mudança de agenda do movimento LGBT, que teria se voltado mais às questões de direitos civis, afastando parcialmente a doença de sua pauta.
— O que me preocupa é chegar ao fim da epidemia deixando muita gente para trás, como os gays. A doença tem de acabar para todos — afirma Loures, para quem a recomendação de que todos os homens que fazem sexo com homens usem antirretrovirais como forma de prevenção, feita pela Organização Mundial de Saúde semana passada, não resolve o problema.
Georgiana Braga-Orillard, diretora do Unaids no Brasil, chama atenção para a necessidade de renovar as campanhas de prevenção no país.
— O Brasil se enquadra entre os países que deram uma resposta cedo à doença A maioria deles teve uma queda no início da epidemia e, agora, um aumento. Há uma certa fadiga das pessoas vendo as mesmas mensagens sobre o tema há anos — avalia. — Os jovens não estão usando preservativos, principalmente os homens que fazem sexo com homens.
A expansão da taxa de novos casos não é exclusividade brasileira. O Chile teve um aumento ainda mais expressivo, de 31%. Já na América Latina como um todo, houve leve queda, de 3%. Em países como Filipinas e Paquistão, o avanço da doença chegou aos três dígitos, de 425% e 338%, respectivamente.
Com 200 milhões de habitantes, o Brasil concentrava, em 2013, 2% dos casos de HIV no mundo e 47% das ocorrências na América Latina. Ainda de acordo com o estudo do Unaids, o país registrou aumento de 7% nos casos de morte relacionadas à Aids entre 2005 e 2013. No entanto, mais de 40% da população infectada no país têm acesso a antirretrovirais.
Em nota, o Ministério da Saúde reconheceu a importância de atenção à prevenção, tratamento e diagnóstico dos casos. E sustentou que “a taxa de detecção de Aids no país está estabilizada em 20 casos a cada 100 mil habitantes, o que representa cerca de 39 mil casos novos da doença ao ano”. Atualmente, segundo o ministério, estima-se que 750 mil pessoas vivam com HIV e Aids no país, sendo que 123 mil desconhecem essa sua situação. O órgão lista ações desenvolvidas, como a alta de 40% no número de pessoas iniciando o tratamento com antirretrovirais no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2013. Segundo o texto, entre 2005 e 2013, o Brasil mais que dobrou o total de pessoas em tratamento: de 165 mil para 353 mil.
— Recebemos o documento com muita tranquilidade, os dados não nos chocaram. Eles são consistentes com os boletins do ministério — diz Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. — Os dados do Brasil são proporcionais ao crescimento da população.
Membros de ONGs voltadas ao combate à doença, no entanto, criticam as políticas públicas conduzidas pelo ministério. Para Salvador Correa, da equipe de coordenação da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (Abia), o governo não tem conversado com a sociedade civil:
— Há uma necessidade de repolitizar o enfrentamento à epidemia. Tivemos alguns avanços, sobretudo no campo biomédico, mas isso acaba esbarrando em uma falta do diálogo com a sociedade. O governo tem lançado novas formas de combate, mas é necessário que o indivíduo opine sobre essas estratégias, que incluem de distribuição de camisinhas ao tipo de tratamento.
QUESTÃO RELIGIOSA ATRAPALHARIA
Jaime Marcelo Pereira, representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com Aids/HIV, aponta as assimetrias regionais das políticas públicas:
— Atualmente, a atenção é desigual nas regiões. Os municípios e os estados têm percepções diferentes sobre a política de saúde para Aids. Muitos prefeitos, por exemplo, não investem por questões pessoais ou religiosas.
O relatório divulgado ontem pelo Unaids descreve perspectivas para frear a doença. Segundo a agência, o controle da epidemia poderá ocorrer até 2030. Assim, o mundo evitaria 18 milhões de novas infecções pelo HIV e 11,2 milhões de mortes relacionadas à Aids, segundo a agência. Desde o primeiro boom no número de casos, na década de 1980, 49 milhões dos 78 milhões de infectados morreram. O relatório informa que US$ 19,1 bilhões foram investidos globalmente para combater a doença em 2013 e estima que serão necessários entre US$ 22 bilhões e US$ 24 bilhões para 2015.


Texto II
http://padretelmofigueiredo.blogspot.com.br/2014/07/a-i-d-s-cai-infeccao-no-mundo-mas.html ( Acessado em 12/10/2014)


domingo, 5 de outubro de 2014

Tema da semana: Futebol e Cultura

O ENEM está próximo!

Cada dia sem estudar pode influenciar em sua nota. Não perca tempo!

Segue a proposta de tema da semana: Futebol e Cultura

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo. Jogado em centenas de países, esse esporte tem uma importância fundamental na formação cultural brasileira. Utilizando os textos abaixo e seus conhecimentos sobre o assunto, escreva uma redação dissertativa-argumentativa sobre o tema:
A influência do futebol na cultura brasileira. 

Texto 1:

Se no Brasil infelizmente o gosto pela literatura ainda não é uma paixão de todos, o mesmo não se pode dizer do futebol. O esporte mais popular de nosso país, não raramente é conhecido como uma arte e seus jogadores como “artistas da bola”. Enquanto que no campo da estética, seus seguidores são conhecidos como “amantes da arte”, no futebol nacional a palavra que se usa é “torcedor”, mas não foi sempre assim: Na Inglaterra, terra de origem do futebol ainda se usa o termo “support” ou “fan”. O abrasileiramento para torcedor se deu, segunda consta nos livros, que, nas primeiras décadas de nosso século, as mulheres iam assistir aos jogos com seus lenços e em momentos de tensão “torciam-nos”, até que um atento cronista começou a chamar esse público de “torcedor”. Eis a criação e o motivo do termo.
Este e mais outros temas foram abordados na Bienal do Livro 2013, em um bate-papo entre os escritores José Miguel Wisnik e Bernardo Buarque de Hollanda chamado Amor e Ódio na Arquibancada, em um simpático espaço que se cunhou chamar de Placar Literário, lugar exclusivo onde se debate literatura e futebol. Entre os temas abordados na conversa está a elitização do futebol com o novo “padrão fifa”, as novas arenas e a ebulição das manifestações que parecem mudar a nossa ideia de que o futebol, aqui, é o ópio do povo.

A figura do torcedor, a violência e as novas arenas
Wisnik, ao falar de seu livro Veneno Remédio: o futebol e o Brasil, conta que torcer por um time é uma das escolhas mais importantes de um sujeito: é possível trocar de partido político, profissão, religião e até de parceiro/parceira, mas de time de futebol é um grave defeito. Isso se dá, segundo ele, porque esse time escolhido, a única coisa que permanece na vida de um sujeito, é escolhido por paixão, mas uma paixão narcísica que fala diretamente a ele. A escolha de seu time faz com que ele se olhe e o ajuda aser. Além disso, o time dá outro elemento da nossa composição de indivíduo, a figura do “antagonista”, que forma nossa identidade como oposição: quem sou eu e quem é esse outro que torce por um outro?
A questão da violência – entre o amor e o ódio – se dá quando o prazer de opor o outro sai das quatro linhas e se volta diretamente para o corpo do adversário, como se o grande prazer não estivesse em ganhar o jogo, mas sim em ver o outro perder em todos os sentidos.
Bernardo Buarque de Hollanda, no mesmo caminho, aborda a ideia de que o futebol do Brasil se mistura com a nossa cultura, desde a música até o modo de ser. Isso poderia ser visto de alguma maneira como uma mundialização do futebol, o que segundo ele é equivocado, pois na verdade o que se vê é a “futebolização do mundo”.
Essa postura de ser e viver futebol em diversos campos da vida (até sendo usado como metáfora para falas políticas como muitas vezes fez nosso ex-presidente Lula), acaba por dar uma ideia de que a identidade que se dá a partir da escolha do futebol compõe um corpo que torce (ou contorce) cuja lógica de pathos pode avançar até ao símbolo de querer ultrajar e aniquilar o outro.
Ambos veem nisso um movimento de difícil equilíbrio, porque a paixão necessita necessariamente dessa balança que oscila, que pende e varia, mas ao mesmo tempo percebem o perigo de qualquer paixão levada ao extremo. Sobre esse fato concordam em apenas uma coisa: as novas arenas prometem acabar com a relação direta entre torcida e futebol, tornando o que chamam de “asfixia do popular”, aonde um torcedor vai ao estádio como vai ao teatro. Trata-se de um torcedor tornado consumidor, sem participação naquele caldeirão social, apenas um agente que espera regalias, conforto, garantias, proteções, ao invés da ebulição catártica, que poderia lembrar o coliseu grego e as toradas de Madri.
A frase que resume toda essa ponto, segundo Wisnik e Bernardo Buarque é: o futebol vai continuar popular, mas os estádios não.
Futebol e manifestações: uma relação pacificada?
O futebol sempre foi (e ainda é) visto como fator de alienação. Embora muito jornalista da área como faça como Juca Kfouri que repete aos sete ventos que não acredita em intelectual sem o fundo das calças gastos pelas arquibancadas, o nosso esporte favorito ainda é visto como algo prejudicial, como se o povo, ao ver um jogo, uma bola, deixasse de se preocupar com os problemas de nossa sociedade como saúde, educação etc.
Os debatedores, no entanto, colocam que a ebulição das manifestações vem mostrar que isso não é completamente verdadeiro. Wisnik destaca que o estádio sempre foi uma espécie de alegoria do Brasil, apontando para o fato dele ser o único esporte onde você lida com o fator jogo aceitando a injustiça: há uma relação instável em que nem sempre o melhor ganha. Segundo ele, o tênis, o basquete e o vôlei se dão sempre numa disputa entre ataque contra defesa, lance a lance valendo ponto, enquanto que o futebol é um e outro ao mesmo tempo e isso, em todos os países refletem suas próprias culturas.
As manifestações, então, tomando o lugar da nova representação de um novo Brasil apresentam um fato determinante: o distanciamento entre o povo e a seleção que se tornou apenas objeto para exportação. Para se ter uma ideia, durante a década de 90, segundo Bernardo Buarque de Hollanda, menos de cinco jogos da seleção foram disputados no Maracanã o que, inevitavelmente, faz com que o torcedor se vincule diretamente ao clube, não ao futebol-país. Ora, não seria esse um agravante para a revolta das manifestações? Para eles, o que acontece é que o brasileiro tem em relação à seleção (uma aproximação afetiva bem antiga) uma visão quase infantil: ou se tem tudo, ou nada – ou a seleção é a melhor ou é a pior. Esse afastamento é, por fim, constatado depois de um longo trajeto cuja única certeza é que em 2014 não se terá a Copa do Mundo do Brasil, mas a Copa do Mundo NO Brasil.
A questão é preguntar para qual Brasil será essa copa, creio que não a daquele povo que pulsava como um narciso frente ao espelho, mas a Copa das empresas, dos mercados, dos consumidores e dos turistas.
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