Os temas sugeridos pelo Redação Nota Mil são atuais, porém podem não ser o tema da redação. Isso não impede que você treine , pois o importante é estar por dentro de tudo e saber como escrever um bom texto
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A Copa do Mundo no Brasil é assunto atual e polêmico. Tem
sido aposta como tema há alguns anos, porém o evento acontece em 2014.
Vamos lá?
Grandes eventos acontecem em todo o mundo
periodicamente. O Brasil , país que
atualmente é sede da Copa do Mundo de Futebol, também sediará as Olimpíadas de
2016. Considerando os últimos eventos realizados em outros países e os eventos
no Brasil, escreva um texto dissertativo- argumentativo sobre o tema: “ O
legado de eventos grandiosos para países sede.”
Algumas dicas: - Atente-se para o número de linhas.
-
Evite o senso comum.
Coletânea de textos:
Texto 1
Sediar a Copa de 2010 valeu a pena para a África do Sul? No mês passado,
a BBC Brasil fez esta pergunta a dezenas de sul-africanos durante uma viagem de
dez dias pelos arredores de Johanesburgo e da Cidade do Cabo, duas das mais
populosas cidades do país.
Foram questionados moradores de áreas ricas e pobres; brancos, negros e
mestiços; fanáticos por futebol e pessoas que não dão a mínima para o esporte.
Quase todos disseram que, apesar dos gastos bilionários e do frustrante
desempenho da seleção anfitriã – eliminada ainda na primeira fase do evento –,
sediar a Copa foi um bom negócio para o país.
As razões para a resposta variaram conforme o grupo indagado. Enquanto
alguns citaram efeitos imateriais do torneio – como um certo sentimento de
unidade nacional gerado pelo evento –, outros destacaram melhorias urbanas
associadas à Copa.
Impulso ao futebol
Num campo de terra em Soweto, cidade próxima a Joanesburgo, onde foi
disputada a final do Mundial de 2010, jovens negros disseram que a Copa
impulsionou o futebol no país.
Ainda que o futebol seja o esporte preferido da maioria dos
sul-africanos, a seleção local jamais teve conquistas internacionais
comparáveis às da equipe sul-africana de rúgbi.
O time de rúgbi venceu a Copa do Mundo duas vezes – a primeira delas em
torneio disputado na própria África do Sul, em 1995.
Já a maior conquista da seleção de futebol sul-africana foi um título da
Copa Africana de Futebol, em 1996.
Para Sihle Mnyatheli, de 15 anos, após a Copa de 2010, o futebol ganhou
maior respaldo de autoridades desportivas e governamentais no país. Desde
então, afirma ele, mais jogadores de futebol se profissionalizaram na África do
Sul.
Martin Modluli, de 17 anos, diz ainda que o Mundial fortaleceu e
modernizou as ligas locais de futebol amador. Após o torneio, segundo Modluli,
jogadores como ele ganharam a liberdade de trocar de time sem a necessidade de
aval do técnico.
União nacional
Num campo de rúgbi de uma das universidades mais caras da África do Sul,
frequentada principalmente por sul-africanos brancos, a maioria dos
entrevistados também disse acreditar que a Copa teve um impacto positivo no
país.
"Não costumo assistir muito futebol, mas a atmosfera que a Copa
trouxe para a África do Sul foi incrível", diz Andrew Ferguson, aluno
branco da Universidade de Stellenbosch, na província do Cabo Ocidental.
Para Marias Singleton, também branco, a Copa "aproximou estranhos,
pessoas com diferentes culturas, raças e religiões".
"Acho que ela foi boa para nosso país, levando em conta o passado
que tivemos. A Copa nos uniu".
Melhorias no transporte
Em Johanesburgo, maior cidade sul-africana, muitos entrevistados
disseram que a Copa ajudou a melhorar o transporte público local.
Pouco antes do torneio, foram inaugurados os primeiros trechos de um
sistema de corredores de ônibus (BRT) e de um trem de alta velocidade.
Numa cidade sufocada pelo trânsito e em que, até então, a maioria dos
moradores dependia de carros ou lotações para se deslocar, os investimentos
tiveram um impacto sensível.
Todos os entrevistados reconhecem, porém, que as mudanças não resolveram
os problemas de transporte na cidade.
"Sim, algumas melhorias ocorreram. Os benefícios são visíveis, mas
há muito ainda a ser feito para melhorar o transporte público", diz Linda
Mnisi.
"Continuamos pagando pelas obras. Os gastos ainda estão afetando
quem paga impostos."
Mnisi diz ainda que a construção da linha de trem de alta velocidade
favoreceu apenas os moradores mais ricos de Johanesburgo - os bilhetes custam
entre R$ 26 e R$30.
Legados menos duradouros
Para Albert Grundlingh, professor e diretor do departamento de história
da Universidade de Stellenbosch, é injusto esperar que um evento esportivo como
a Copa exerça um "papel relevante na construção da identidade
nacional".
Ele diz ainda que a Copa de 2010 deixou para a África do Sul legados menos
duradouros que o Mundial de rúgbi sediado no país em 1995.
Naquele ano, afirma Grundlingh, o país acabava de deixar o apartheid e
pôde mostrar ao mundo sua nova face. "A África do Sul rompeu seu
isolamento."
Já em 2010, diz ele, o país vivia situação diferente: ainda que as
divisões sociais estruturais de 1995 permanecessem, havia ocorrido um grande
aumento da classe média negra e a nação desfrutava de certo amadurecimento
democrático.
Por que, então, a decisão de sediar a Copa de 2010 foi tão bem recebida
pelos sul-africanos?
"Por causa da atração que o futebol exerce neste país, por sua
popularidade principalmente entre os negros. Isso explica a euforia."
"Mas precisamos avaliar o quão durável foi isso, o quão rápido
evaporou e que tipos de legados deixou. Aí a análise se torna mais
problemática", afirma.
O professor cita a construção de estádios – como o da Cidade do Cabo ou
o de Nelspruit – que, após o Mundial, se provaram insustentáveis
economicamente. No entanto, ele diz que o tema raramente é debatido no país.
"Os sul-africanos estão mais preocupados com incompetência de
políticos do que com esportes. O esporte é visto como um escapismo, não como um
fato social."
"O futebol gera uma participação massiva, mas não uma reflexão
massiva no país."
Texto 2