1) O único período que está de acordo com a norma culta da língua é:
a) Os problemas onde tenho maior dificuldade
são os de física.
b) Este é o pai a cujo filho me referi.
c) Mário que é meu vizinho foi preso ontem à noite.
d) Não sei aonde ele está.
e) Todas estão erradas
Resp. Letra B
2) Leia, com atenção, o seguinte para responder a questão.
Mundo grande – fragmentos (Carlos Drummond de Andrade)
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho
cruamente nas
[livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
(...)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia de que o mundo o grande mundo está crescendo
todos
[os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.
ANDRADE, Carlos
Drummond de. Poesia e prosa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 137-8.
(UFJF) No poema de Drummond, há uma metáfora que faz
referência ao tipo de postura do sujeito romântico, rejeitada pelo poeta. O termo que indica esta METÁFORA é:
a) coração.
b) mundo.
c) fogo.
d) amor.
e) jornais.
Resposta
Alternativa: A
3) Mack-SP)
01 Parabéns. Estou encantado com seu sucesso.
Chegar aqui não foi
02 fácil, eu sei. Na verdade,
suspeito que foi um pouco mais difícil do
03 que você imagina. Para início de
conversa, para você estar aqui
04 agora, trilhões de átomos
agitados tiveram de se reunir de uma
05 maneira intrincada e
intrigantemente providencial a fim de criá-lo.
06 Essa é uma organização tão
especializada e particular que nunca
07 antes foi tentada e só existirá
desta vez. Nos próximos anos, essas
08 partículas minúsculas se
dedicarão totalmente aos bilhões de esforços
09 jeitosos e cooperativos
necessários para mantê-lo intacto e deixá-lo
10 experimentar o estado
agradabilíssimo, mas ao qual não damos o
11 devido valor, conhecido como
existência.
Adaptado de Bill Bryson
Essa é uma organização tão especializada e particular que nunca antes
foi
tentada e só existirá desta vez.
Considerado o período acima, é correto afirmar que:
a) o termo só foi empregado
com o mesmo sentido que se nota em “Enfrentava o cotidiano só e resignado”.
b) o segmento e só existirá desta vez
reforça, na argumentação, o que se afirma na oração inicial.
c) o pronome Essa se refere
àquilo que vai ser caracterizado na sequência da frase.
d) o termo tão é usado com
valor comparativo, como em “Ele é tão
simpático quanto o irmão”.
e) o deslocamento de antes, na
construção “Nunca foi tentada antes”, altera o sentido em que o termo é usado
no texto.
Resposta
Alternativa: B.
4) (PUC-RS)
TEXTO 1
Vergonha
01 Será que a gente somos corrupto? De nascença? Por
02 natureza? Alguma coisa na água, ou no leite da mãe?
03 Em Paris, nos aconselhavam a não dizer que éramos
04 “bresiliens”, pegava mal. (...) Devíamos dizer “du Brésil”
05 – para não acabar dizendo “brasileiros, mas no bom sentido”.
06 No cinema americano, é para o Brasil que vêm tradicionalmente
07 os grandes caloteiros, pelo menos os que
08 conseguem escapar com grana. Muito do nosso folclore
09 é baseado no autodesprezo: somos a terra do malandro,
10 do indolente, do encostado. Somos, paradoxalmente, a
11 raça do jeito pra tudo e a raça que não tem jeito mesmo.
12 Existiria, no brasileiro, uma falha estrutural que frustraria
13 todas as tentativas de reformá-lo. (...)
14 Não somos menos morais do que os outros mas gostamos
15 de dizer que somos. Tem algo a ver com o nosso
16 tamanho. Nosso mar de lama não é maior que os outros,
17 a extensão da nossa costa é que nos dá delírios de baixeza.
18 Nossa alma amazônica não se satisfaz com pequenas
19 falcatruas, queremos pororocas de sujeira, dilúvios
20 de canalhice. (...)
21 Todas as sociedades deste lado do mundo são, de
22 um jeito ou de outro, cleptocracias, construídas pelos mais
23 espertos. Nas que deram certo o proveito desse pioneirismo
24 de canalhas foi distribuído, nas que continuam
25 a dar errado só uma minoria aproveita do resultado de
26 seus próprios crimes.
VERISSIMO, L. F. Jornal Zero Hora, 4 de abril de 1991
(fragmento adaptado)
TEXTO 2
01 Para se passar de uma situação menos humana
02 para uma situação mais humana, quer na vida nacional
03 quer na vida internacional, é longo o caminho a
04 percorrer, e nele se há de avançar por fases. (...)
05 Jamais haverá paz sem uma disponibilidade para
06 o diálogo sincero e contínuo. A verdade desenvolve-se,
07 também ela, no diálogo e, por outro lado, fortifica
08 este meio indispensável para a paz. A verdade também
09 não tem receio dos entendimentos honestos,
10 porque traz consigo as luzes que permitem comprometer-
11 -se neles, sem ter de sacrificar convicções – e
12 valores essenciais. A verdade aproxima de si os espíritos;
13 faz ver aquilo que já une as partes até então
14 opostas umas às outras; faz retroceder as desconfianças
15 de ontem e prepara terreno para novos progressos
16 na justiça e na fraternidade, na coabitação
17 pacífica de todos os homens. (...)
18 Sim, eu tenho para mim esta convicção: a verdade
19 fortifica a paz a partir de dentro. E um clima de
20 sinceridade maior há de permitir mobilizar as energias
21 humanas para a única causa que é digna delas:
22 o pleno respeito da verdade sobre a natureza e o destino
23 do homem, fonte da verdadeira paz na justiça e
24 na amizade.
http://vatican.va.holy_father/john_paul_ii/messages/peace/
documents/ (acessado em 26/4/2006)
TEXTO 3
01 É célebre o paradoxo do mentiroso: Epimênides,
02 sacerdote de Apolo, cretense que viveu no século VI
03 a.C., disse de seus compatriotas: “Os cretenses
04 mentem o tempo todo”. Ora, se Epimênides é mais
05 um cretense que vive dizendo mentiras... nem todos
06 os cretenses serão mentirosos. Ou, talvez, Epimênides
07 seja o único cretense capaz de dizer verdades,
08 e a verdade, então, é que todos os cretenses são
09 sempre mentirosos, exceto Epimênides.
10 A verdade mesmo é que ninguém consegue ser
11 mentiroso 24 horas por dia. Mentir cansa, e possivelmente
12 o próprio Epimênides, mentiroso renitente, fez
13 uma pausa e disse essa verdade. (...)
14 Mas se mentir o tempo todo é impossível, dizer
15 sempre a verdade não é nada fácil. A verdade, afirmou
16 Platão, “é que a verdade é um alvo em que poucos
17 acertam”.
PERISSÉ, Gabriel. Observatório da Imprensa. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos
(acessado em 30
de abril de 2006)
I. Os textos 1 e 3 apresentam uma
situação concreta para fundamentar a tese de seus respectivos autores.
II. A linguagem do texto 2 distingue-o dos
demais pelo tom coloquial e pela subjetividade.
III. Nos textos 1 e 3, os autores utilizam o
discurso alheio como recurso argumentativo.
IV. Nos três textos, os autores comparam diferentes sociedades entre si.
Pela análise das afirmativas, é possível concluir que estão corretas apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I, II e IV.
Resposta
Alternativa: B.
5) (UEPB)
Após analisar os períodos abaixo, retirados da reportagem “Eles querem
justiça” – Época, 27/02/2006,
assinale a alternativa que contém uma declaração verdadeira:
I. “Com a curiosidade natural da idade, diz a mãe, (Gabriela
Prado Maia, 14 anos) frequentava aula de surf,
dança do ventre e cavaquinho sem
descuidar dos estudos.
II. “Gabriela era contestadora mesmo que gentil, diz a mãe, Cleyde.
III. “A morte da menina abalou a cidade (Rio de Janeiro)(...) Desde o
crime, Carlos e Cleyde pararam de trabalhar. Apesar de divorciados, os dois ficaram irremediavelmente unidos em
torno de um objetivo: recolher as assinaturas necessárias para mexer
no Código Penal Brasileiro (...)”
IV. “Com elas (as assinaturas), o casal pode criar um projeto de emenda
popular à Constituição brasileira (...) O projeto ainda vai ser debatido e votado. Mas,
se for aprovado como está hoje, vai alterar vários itens do Código Penal.”
V. “Durante a década de 90, uma série de crimes sofreu aumento de pena sem que isso resultasse em diminuição da violência, diz o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.”
a) Conforme o período II,
contestação e gentileza se excluem mutuamente.
b) O único operador que sinaliza oposição é o MAS.
c) Nos períodos de I a V há uma relação de oposição marcada por diferentes tipos de operadores linguísticos.
d) De acordo com o período I, das
quatro atividades realizadas pela menina a menos importante era o estudo.
e) No período II, temos o uso inadequado da vírgula após a palavra mãe.
Resposta
Alternativa: C.
6) Entre os textos abaixo, só não há intertextualidade em:
a) “Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá”.
(Gonçalves Dias)
b) “Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há”.
(Mário Quintana)
c) “Minha tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
(...)
Ai quem me dera chupar uma carambola de
verdade
E ouvir um sabiá com certidão de idade!”
(Murilo Mendes)
d) “Um sabiá
Na palmeira, longe.
Estas aves cantam
Um outro canto
(...)
Só, na noite,
Seria feliz:
Um sabiá
(Carlos
Drummond de Andrade)
e) “A todo mundo eu dou psiu,
perguntando por meu bem,
tendo o coração vazio,
vivo assim a dar psiu,
sabiá vem cá também”.
(Luiz Gonzaga)
Resposta
Alternativa: E.
7) "A
crueldade do trabalho infantil é um pecado social grave em nosso País. A dignidade de milhões de crianças brasileiras está sendo roubada diante do desrespeito aos direitos humanos
fundamentais que não lhes são reconhecidos: por culpa do poder público, quando não atua de forma prioritária e efetiva, e por culpa da família e da sociedade, quando se omitem diante do problema ou quando
simplesmente o ignoram em decorrência da postura individualista que caracteriza os regimes sociais
e políticos do capitalismo contemporâneo, sem pátria e sem conteúdo ético."
(Xisto T. de
Medeiros Neto. “A crueldade do trabalho infantil”. Diário de Natal.
21/10/2000).
A frase que melhor representa o conteúdo principal do
parágrafo acima é:
a) O trabalho infantil acontece no
mundo inteiro por causa do desrespeito aos direitos humanos, por culpa da família e da
sociedade.
b) A dignidade das crianças brasileiras
está sendo roubada por culpa da sociedade e dos governantes.
c) O Brasil possui um número muito
grande de crianças que dependem do próprio trabalho para sobreviver e isso é culpa de todo
brasileiro, principalmente dos pais dessas crianças.
d) O individualismo do governo gera trabalho
infantil forçado e cruel.
e) O trabalho infantil é um problema sério no Brasil,
que tem como responsáveis: o poder público, a família e a sociedade.
Resposta
Alternativa: E.
8) (Mack-SP)
Origem,
nascimento e batizado
01 Era no tempo
do Rei [...].
02 Ao sair do
Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o
03 Leonardo fingiu
que passava distraído por junto dela, e com o ferrado
04 sapatão assentou-lhe
uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
05 como se já esperasse por
aquilo, sorriu-se como envergonhada do
06 gracejo, e
deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão
07 nas costas da mão esquerda. Era
isso uma declaração em forma, segundo
08 os usos da
terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado [...].
09 [...] meses depois teve a
Maria um filho, formidável menino [...], o
10 qual, logo
depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar
11 o peito. E este
nascimento é certamente de tudo o que temos dito o
12 que mais
interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta
13 história.
Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias
No fragmento,
a) notam-se traços de humor, estilo coloquial e tom direto, na composição de uma
narrativa que, como as de José de Alencar, retrata os costumes da burguesia nos salões fluminenses.
b) aspectos da narração evidenciam
ser o autor um cultor do romance histórico, ao lado de Machado de Assis, principalmente em Memórias póstumas de Brás Cubas.
c) nota-se passagem metalinguística, presença que aproxima o
autor de Machado de Assis, embora dele se afaste em outro aspecto: o estilo do
escritor realista é menos espontâneo.
d) a apresentação do herói denota a idealização típica dos protagonistas românticos, ainda que o autor a faça com linguagem próxima da oralidade e com traços de comicidade.
e) são nítidos a temática e o tom que aproximam o autor do José de Alencar em
sua fase de representar a gestação do homem brasileiro, período em que focalizou a época colonial.
Resposta
Alternativa: C.
9) (UEPB)
“A professora do Bocão está corrigindo o dever de casa.
Aí, balança a cabeça, olha para o Bocão e diz:
– Não sei como uma pessoa só, consegue cometer tantos erros.
E o Bocão explica:
– Não foi uma pessoa só, professora. Papai me ajudou.”
(ZIRALDO, Alves Pinto. Rolando de
rir. O livro das gargalhadas do Menino
Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2001. p. 20)
Em relação ao texto acima, pode-se concluir que:
I. há predominância da função metalinguística.
II. as falas dos interlocutores se sucedem
sem a presença do narrador.
III. a comicidade do texto se dá em razão da interpretação literal de “Bocão”.
Analise as proposições e marque a
alternativa conveniente.
a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas III está correta.
e) I, II e III estão corretas.
Resposta
Alernativa: C.